Ronaldinho? Por que não Hernanes?

Por  André Baibich
Posso dizer que eu gostei da atuação de Ronaldinho diante da Argentina. Nada brilhante, mas bastante participativa e eficiente enquanto a estrela teve fôlego. Assim como tenho gostado de algumas de suas performances com a camisa do Milan. Não significa que eu apoie essa sua volta à Seleção Brasileira.

Ricardo Teixeira deixou claro, desde a Copa do Mundo, que o projeto da seleção visa 2014. O dirigente afirmou com todas as letras que os jogadores convocados deviam ter reais chances de atuar pelo Brasil no próximo Mundial. Será que este é o caso de Ronaldinho?

O meia do Milan tem talento indiscutível e foi um jogador extraordinário. Admito, também, que Ronaldinho recuperou um pouco de seu futebol desde a temporada passada. Não há como negar, porém, que ele é um jogador na fase final de sua carreira. Dificilmente terá condições de atuar em alto nível daqui a quatro anos.
Reconheço que Mano Menezes se viu em situação difícil com a lesão de Ganso e a incapacidade mostrada por outros jogadores em cumprir a função de articulação do meio-campo nos amistosos contra Irã e Ucrânia. Mas havia uma opção clara para o treinador: testar Hernanes.

Eu era um dos primeiros a criticar treinadores do São Paulo quando escalavam Hernanes como meia, mas suas atuações pela Lazio nessa posição mostram que o jogador pode desempenhar a função com extrema desenvoltura. Talvez Mano pense nele como segundo homem de meio, mas não custava colocar o jogador em campo na posição que cumpre em seu clube.

Hernanes como meia tem uma característica diferente da de Ganso. É um jogador que acelera mais o jogo, busca o drible e finaliza em gol quase com igual frequência do que tenta o passe para o companheiro. Não é ideal para uma equipe que pretende jogar em ritmo cadenciado e manter a posse de bola, mas ele pode se estabelecer como uma bela alternativa a Ganso em momentos esporádicos em que Mano pretenda mudar a característica do time.
Mais do que isso, Hernanes está em uma curva ascendente em sua carreira, enquanto Ronaldinho claramente se encaminha para os últimos anos de sua trajetória. O momento do meio-campista na Lazio lhe credencia a um teste na função que hoje exerce no clube, a frente de um Ronaldinho que entra e sai do time titular rossonero.